No mundo corporativo, um dos momentos mais
importantes para os profissionais é a hora de sua avaliação de desempenho. Na
maioria das vezes, porém, os trabalhadores avaliam sua própria performance de
uma maneira muito mais positiva do que como seus chefes a avaliam.
De acordo com a palestrante e consultora de
recursos humanos, Meiry Kamia, essa é uma situação bastante comum, “é uma
tendência do ser humano se avaliar melhor do que ele realmente é”, diz a
especialista. Isso não quer dizer que você não seja tão bom quanto pensa, mas,
sim, que pode estar se esquecendo de considerar alguns pontos, sobretudo,
aqueles que prejudicam sua imagem.
Na prática, o profissional só avalia as
atividades que ele considera positivas, como as inúmeras vezes que ficou
trabalhando até mais tarde e tudo que entregou sem ser cobrado. Ele esquece,
porém, das vezes que extrapolou o horário de almoço, de todo tempo que perdeu
navegando nas redes sociais e as conversas paralelas que fizeram atrasar a
entrega de um ou outro pedido.
Problemas comportamentais
Além disso, alguns pontos comportamentais -
sobretudo os negativos - também são difíceis de serem notados pelo próprio
profissional. “Não conseguimos ver algumas coisas em nós mesmos; tendemos a
negar certas coisas; É algo quase que inconsciente”, pondera Meiry.
Têm profissionais, por exemplo, taxados como
‘o nervosinho’. Mas ele mesmo não se vê assim. Porém, quando várias pessoas da
mesma equipe enxergam o profissional de uma determinada forma, isso é um forte
indício de que eles podem estar certos. “A falha de percepção acontece mais
quanto a pessoa se conhece pouco”, diz Meiry, lembrando que é justamente essa
falha de percepção que contribui para os desequilíbrios verificados na hora da
avaliação.
Do lado do gestor, é bom saber que sua
avaliação é feita de forma bem fria, ou seja, ele tenta verificar qual o nível
de produtividade e qualidade do trabalho do profissional. Ele observa os
resultados, os números, as entregas.
Pois bem. Apesar de ser um fato de que a
avaliação pessoal tende a ser falha, é possível reduzir as diferenças de
percepção - entre profissional e gestor. A dica da consultora é pedir feedbacks
constantes. Quanto mais frequentes as avaliações, mais fácil de alinhar as
exigências do chefe com a entrega do profissional.
Se o chefe não faz avaliações, é importante
que o profissional peça. “Geralmente essas diferenças de avaliações acontecem
quando não tem um feedback constante do trabalho ou quando o relacionamento com
o chefe é muito distante”, diz a consultora da Career Center, Claudia Monari.
Ouça as pessoas e avalie seu trabalho
Outra atitude que ajuda é ouvir mais as
pessoas. Não é só o seu chefe que pode dar dicas em que você está errando.
Escutar, com maturidade, o que as pessoas falam de você e, se possível,
questioná-las sobre tais opiniões, pode te ajudar a melhor seu comportamento.
Treine, também, o autoconhecimento. Para
isso, pratique a observação do seu próprio trabalho. Meiry sugere uma análise
bem prática. Tenha uma agenda, em que você possa anotar todas suas atividades.
Ao final do dia, faça uma breve avaliação da sua produtividade, ou seja, o que
conseguiu entregar e o que não conseguiu. Desta forma, você tem uma noção se
sua produtividade está melhorando ou piorando.
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